Correio da amizade - Take 4 e 5

São os avós as estrelas destas mensagens. Recebemos da Filipa, da Salomé e da Jéssica uma carta de amor para os seus avós. O Tiago escreveu um belo poema para a mãe. Carta de Amor (quem as não tem...) Queridos avós, Dia 14 de fevereiro celebra-se o dia do amor pelas pessoas que mais gostamos, como os amigos, família e esta carta é dirigida a vocês. Serem avós é sentir felicidade, é viver de carinho e ansiedade, é resumir aos netos as suas vidas! É voltar a ser criança e fazer tudo pelos netos, é povoar a vida de esperança e poder reviver o passado todo ao pormenor. Maior parte da nossa infância passámos com vocês, de manhã à noite. Tenho tantas recordações bonitas e muitas saudades desses tempos. Saudades de quando estava na primária e a avó, ia com a prima nos intervalos levarem rebuçados; quando o avô ia buscar ao fim da manhã à escola e íamos a pé; quando estavam os netos todos lá em casa a brincar; quando adormecia com pastilha e ao acordar estávamos 10 minutos para tirá-la do meu cabelo; as brincadeiras que fazíamos no quintal; eu ensinar como mexer nas novas tecnologias; quando íamos ao parque ao pé de vossa casa e do outro lado da ponte e algumas coisas que ainda continuamos a fazer, como ir com a avó à praça e aproveitamos para tomar o pequeno-almoço juntas; quando estou doente peço sempre para a avó fazer aquele xarope caseiro que eu gosto tanto; continuamos a dar as nossas voltas pela terrinha; comer crepes com gelado; visitar muitos sítios; passear ao pé do Tejo e as férias que passamos juntos. Vocês estiveram lá quando estava doente, quando comecei a andar, entre outros momentos. Todos nós com o tempo vamos ficando mais velhos e vocês contribuíram muito para o meu crescimento, já ajudaram muito e agora eu na adolescência, tenho outra mentalidade e está na hora de também cuidar de vocês, de retribuir todo o amor e carinho que deram. Tanto os vossos netos como as vossas netas gostam muito de vocês e estaremos cá todos os dias do ano para vocês. Os netos são a alegria dos avós, a almofada de ar fresco e os avós para os netos são guerreiros, lutadores, cuidadores e amigos. Gosto muito de vocês, tenho muito orgulho e quero agradecer por todo o esforço que fizeram para nos verem felizes e que não nos faltasse nada. Um beijinho, da vossa neta mais velha. Filipa Carta da Salomé Querida Téte, É com muito entusiasmo que te escrevo estas palavras, cheias de amor e saudade. Começo por dizer que sinto muito a tua falta e é um enorme esforço cumprir esta distância, sem um beijo, sem um abraço, só aquele olhar para além do “píxel” da imagem do “Skype”. Faz-me falta o carinho, o calor, o gesto, o sorriso e a gargalhada de quando estamos juntas; sinto falta das coisas que me ensinas, da paciência que tens para comigo, e de como aceitas todas as minhas falhas e imperfeições. Não vou mentir, preferia estar em tua casa...brincar com os primos na casa da árvore (será que essa ainda está lá no alto? Ou terá virado ruínas?)... cozinhar contigo até a cozinha se transformar num cenário de guerra ou ir até à quinta com o avô na sua carrinha que não passa dos 60km/h... a hora de ir para a cama que nunca era cumprida... Mas agora é tempo de sermos firmes e expressar-nos nas regras de distanciamento porque lá ao longe (não sabemos se mais perto), está a esperança de nos voltarmos a encontrar e espero que todos os acontecimentos nos tenham ensinado a dar valor a estes momentos que nos pareciam tão normais. Aos 300 km que nos separam, envio-te todos os meus sentimentos à velocidade da luz. Muitos beijinhos e abracinhos, da tua neta Mé P.S: Se puderes, quando te der jeito, faz filhoses e pede ao avô que as envie via CTT.