domingo, 30 de janeiro de 2022

Leituras de hoje e de sempre

Regressei aos neorrealistas para reler Carlos de Oliveira e “UMA ABELHA NA CHUVA”, lido pela primeira vez há mais de 40 anos. A edição que possuo (Assírio & Alvim) conta, em 35 pequenos capítulos, a infelicidade vivida por Maria dos Prazeres e Álvaro Silvestre no seu casamento de conveniência e ainda os preconceitos sociais associados a um motorista e sua amada, cujo pai a pretendia ver casada com um homem rico. “UMA ABELHA NA CHUVA começa assim: Pelas cinco horas duma tarde invernosa de Outubro, certo viajante entrou em Corgos, a pé, depois da árdua jornada que o trouxera da aldeia do Montouro, por maus caminhos, ao pavimento calcetado e seguro da vila (…)”
Esta corrente literária teve grande influência italiana e brasileira. Denuncia injustiças sociais e preconceitos, assumindo uma dimensão social bastante intensa. Em Portugal, muitos autores se notabilizaram: Alves Redol, Soeiro Pereira Gomes, Carlos de Oliveira e outros. O Museu do Neorrealismo, em Vila Franca de Xira, é um local a visitar, onde se encontra grande parte da história de Alves Redol, o pioneiro do Neorrealismo português, ali nascido e onde recolhe as primeiras informações (fotografias de paisagens rurais e humanas) indispensáveis à sua escrita realista, onde presencia, também, desde muito jovem, as difíceis condições de vida dos trabalhadores rurais, o que mais tarde virá a ser essencial na sua escrita.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

LEITURAS DE HOJE

A leitura de hoje é:
“O Caçador de elefantes” é a última publicação de Mia Couto. Trata-se de um conjunto de crónicas publicadas na revista Visão e que o autor reescreveu, engenhosamente, sob a forma de conto com o seu estilo único, inconfundível. Os temas são variados. Das 26 histórias publicadas, evidencio “O meu primeiro pai” uma história muito interessante que evidencia o papel da mulher e que daria um bom tema para um debate de ideias. Termina assim: […] Ainda hoje, na solidão da minha cozinha, passo lustro aos velhos sapatos que foram a minha herança paterna. E os meus trémulos dedos são os dele, os do meu primeiro pai, ciumentos da vida que é sempre dos outros. E calço os sapatos para me dirigir à taberna onde os meus filhos me virão buscar” (Página 61). Mia Couto é um autor moçambicano cuja obra é muito conhecida. Em 2013 recebeu o Prémio Camões.

domingo, 23 de janeiro de 2022

LEITURAS QUE ACONTECEM ... TODOS OS DIAS

Este blogue pertence à Biblioteca Escolar José Gustavo, da Escola Secundária João de Barros. Foi criado há uns anos por ocasião da primeira participação no projeto "Ler+Jovem". O título foi atribuído por votação, entre os alunos. Alguns, mais tarde, terão participado das inicitivas promovidas no âmbito do projeto. As leitura foram acontecendo em vários lugares. Vamos iniciar uma nova rubrica, publicando regularmente leituras, autores, textos .... Convidamos leitores e amigos a comentarem as nossas publicações e a darem sugestões ou opiniões. Tratando-se de um espaço cultural, temos critérios a adotar: não serão toleradas palavras impróprias ou ofensivas.